domingo, 11 de dezembro de 2016

Serra da Gardunha

Classificada como Paisagem Protegida Regional, a Serra da Gardunha alberga uma grande diversidade paisagistica e biológica, pelo que o seu património natural e geológico motivou a sua integração na Rede Natura 2000 e no Geopark Naturtejo. 
Imagem 1 - Vertente sul da Serra da Gardunha

Possui por exemplo uma planta endémica que não se encontra em mais local do mundo e que ocorre em habitats bem conservados de castinçais (castanea sativa) e carvalhais de carvalho-alvarinho (quercus robur) e carvalho-negral ou carvalho-pardo-das-beiras (quercus pyrenaica): a abrótea (asphodelus bento-rainhae). Possui também vários habitats de conservação prioritária que permitem a ocorrência de espécies de fauna muito diversificadas.

Imagem 2 - Carvalhal nas traseiras do Parque do Convento
Em termos geomorfológicos, a Serra da Gardunha possui na sua vertente sul património geológico de grande importância e por isso integrados no Geopark Naturtejo, particularmente na zona de Castelo Velho onde se se encontram vários afloramentos graníticos únicos.

Imagem 3 – Zona de interesse geológico do Castelo Velho

Um deles é um bloco em forma de bola com fissuração poligonal, que representa um exemplar de referência para este tipo de geoforma granítica.

Imagem 4 – Bola de fissuração poligonal

Nas imediações encontra-se também o Bloco Fendido com cerca de 4 m de altura. É um bloco granito fraturado onde se pode observar as suas superfícies planas estando a mais pequena tombada.

Imagem 5 – Bloco fendido




Os afloramentos graníticos do Castelo Velho formam uma crista e apresentam uma grande diversidade grande de geoformas. Uma das mais peculiares existentes nas imediações é a chamada Pedra Galo que consiste num bloco em equilíbrio cuja silhueta se destaca na zona.

Imagem 6 – Pedra Galo

Mas perto podem ser encontradas ainda outras formas graníficas interessantes, como o “soldado”.

Imagem 7 – O “soldado”

Do ponto mais alto da Gardunha, o Alto Da Gardunha, temos uma vista impressionante em todo o redor. Daqui podemos avistar por exemplo a Cova da Beira, a Serra da Estrela, a planície de Castelo Branco e até algumas zonas montanhosas em território espanhol.

Imagem 8 – Planalto no Alto da Gardunha
Imagem 10 – Pormenor no planalto do Alto da Gardunha



Imagem 10 – Vista da Covilhã a partir do Alto da Gardunha













Imagem 11 – Vista sobre o Castelo Velho e a Barragem de Santa Águeda a partir do Alto da Gardunha

Um outro local de referência é a Penha da Serra da Gardunha, onde outrora existiu um santuário dedicado à Senhora da Penha.


Imagem 12 - A Penha

Haveria muito mais a descobrir, mas fica para próximas visitas pois voltarei com certeza! Agradeço à Elga Correia e ao David Caetano por me terem desafiado e ajudado a conhecer melhor este belíssimo refúgio natural e por toda a partilha de conhecimento!




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ruínas do Hotel Termal da Serra da Pena


As ruínas do que outrora foi um imponente hotel termal marcam a paisagem de uma das encostas da Serra da Pena em Sortelha. A presença neste local de nascentes de água com elevados níveis de radão, conhecida como Água Radium, que no início do século XX se considerava ser benéfica para a saúde, motivou a criação das termas e do hotel neste local. Segundo a tradição oral, quem mandou erigir estas infraestruturas foi um Conde espanhol que ouvindo falar das propriedades terapêutidas da Água Radium, trouxe a sua filha ao local para tratar uma doença de pele de que padecia.
Durante a chamada “febre da radiactividade”, o grandioso hotel construído em granito, com cerca de 90 quartos e capacidade para 150 pessoas, viveu um período próspero pois a água deste local era considerada uma das mais radioactivas do país. Mas após a 2ª guerra mundial, com a descoberta dos malefícios que afinal a radioactividade acarretava para a saúde, a frequência das termas reduziu drasticamente, provocando a falência da estância termal, cuja actividade foi suspensa em 1945. O hotel acabou também por fechar nos anos 60.

Não obstante alguns projectos para o requalificar, o local permaneceu ao abandono até aos dias de hoje, mas a sua arquitectura acastelada imponente e a sua história continuam a alimentar o imaginário e a curiosidade colectiva.











domingo, 12 de janeiro de 2014

Abibe-Comum (Vanellus vanellus)


O abibe, também conhecido por ave-fria, é uma ave limícola de fácil identificação pelo seu penacho comprido e a sua plumagem esverdeada com reflexos coloridos. A sua alimentação é maioritariamente carnívora, comendo sobretudo minhocas e pequenos insectos. Ainda assim não dispensa a presença de bagas e sementes na sua dieta.

Embora haja uma pequena população reprodutora em Portugal, esta ave é sobretudo invernante em Portugal, sendo abundante nos meses de Outono e Inverno, sobretudo entre Outubro e Fevereiro. O abibe é mais frequente na metade sul do país do que no norte. Ocorre sobretudo junto a zonas húmidas, prados húmidos, pastagens e zonas lavradas.


sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Dom Fafe (Pyrrhula pyrrhula)





O Dom Fafe é uma ave discreta e difícil de observar, embora o macho tenha uma plumagem colorida e vistosa, predominante de um laranja vivo, com um capuz preto e dorso cinzento. A fêmea tem uma plumagem semelhante mas com tons mais acastanhados. Alimenta-se de insectos, bagas, sementes e rebentos de flores.

Esta espécie encontra-se distribuída por toda a Europa, onde é geralmente residente, embora muitas aves do norte migrem para o sul durante o inverno. É relativamente escasso na Península Ibérica. Em Portugal existe uma população nidificante restrita às serras do extremo norte do país, surgindo no resto do território durante o Outono e Inverno.

Frequenta zonas de arvoredo bem desenvolvido, apreciando principalmente folhosas ao longo de linhas de água e zonas de maior altitude onde procura alimentos em árvores como bétulas, cerejeiras e abrunheiros.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Escrevedeira-das-Neves (Plectrophenax niva)

A escrevedeira-das-neves é uma ave oriunda das regiões árcticas que visita Portugal apenas como invernante (de Outubro a Março). Na Primavera e Verão, a plumagem do macho é totalmente preta e branca e a da fêmea é semelhante com alguns tons acinzentados na cabeça. No nosso país apenas pode ser observada a plumagem de Outono e Inverno, mais acastanhada. É um ave granívora, da família das escrevedeiras, que se alimenta de sementes que procura no solo.

É uma espécie rara em Portugal e de distribuição muito localizada. É uma espécie típica de alta montanha, podendo ser observada nas serras mais altas do país, como é o caso da Serra da Estrela, particularmente na zona da Torre. No entanto, pode ser também encontrada em algumas zonas dunares junto à nossa costa.


sábado, 9 de novembro de 2013

Rouxinol-Pequeno-dos-Caniços (Acrocephalus scirpaceus)







O rouxinol-pequeno-dos-caniços, da família das felosas, é uma ave característica de zonas de caniços e é sobretudo o seu canto que ajuda a identificar a espécie. É uma ave insectívora e constrói o seu ninho suspenso no meio dos caniços. A designação de rouxinol provém do facto de também cantar de noite.

Embora possa ser encontrada de norte a sul do país, tem uma distribuição fragmentada pelos locais com habitat favorável, como caniçais, onde é bastante comum. É uma ave migradora, que passa o inverno em África e chega a Portugal em Março e parte no final do Verão.


segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Garça-Real (Ardea cinerea)




A Garça-Real, também conhecida por Garça-Cinzenta, é a maior garça da avifauna portuguesa e é bastante frequente em vários tipos de zonas húmidas, sendo portanto de fácil observação. Alimenta-se essencialmente de peixes, mas também de anfíbios, répteis, pequenos mamíferos entre outros. Reproduz-se de Fevereiro a Julho e nidifica normalmente em colónias, em cima de árvores, perto da água.


É uma ave residente em Portugal, podendo ser observada durante todo o ano embora seja mais frequente fora da época de reprodução. Frequenta locais onde a água esteja presente, particularmente água doce, nomeadamente lagos, estuários, áreas agrícolas alagadas e por vezes zonas costeiras.